Desafios, superação e conquistas marcaram a trajetória do atleta paralímpico Parré, medalhista de bronze nos 100 metros rasos, classe T53, nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Durante o 7º Encontro de Iniciação Científica do Centro Universitário de Brasília (CEUB), o EnCUCA, ele integrou palestra ao lado de autoridades esportivas e entusiastas do paradesporto, como o treinador Denis Gigante e o Secretário Nacional de Paradesporto, Fábio Araújo.
Parré, que compete nas provas de 100, 200 e 400 metros, contou como enfrentou as sequelas da poliomielite, contraída na infância. Ele nasceu em Campina Grande (PB), em 1976, mas vive em Planaltina (DF) desde os dois anos. Sua carreira começou com o basquete em cadeira de rodas, indicado por uma professora, em um momento decisivo em sua vida. O atletismo veio na sequência. "Acreditei que o esporte poderia mudar minha vida", afirma o atleta, que se dedica ao atletismo desde 2001, após longa carreira no basquete. Hoje, Parré coleciona títulos e recebe o apoio de figuras-chave, como seu treinador Denis Gigante.
Sua primeira experiência em Jogos Paralímpicos foi em Pequim 2008. Oito anos mais tarde, ele ficou em quarto lugar na Rio 2016, e manteve-se firme até alcançar o bronze em Paris 2024: "Foco e organização foram fundamentais para essa conquista". Além de suas realizações, Parré busca incentivar atletas com deficiência a se prepararem com responsabilidade e dedicação. Ele, por exemplo, optou por não participar das cerimônias de abertura e encerramento para preservar sua energia. "Manter o foco é essencial para evitar desgastes", concluiu.
Quem detalhou a preparação para Paris 2024, foi o treinador de Parré, Denis Gigante, destacando os desafios enfrentados. "Chegamos com um objetivo claro, mas a prova não é apenas sobre velocidade. Lidamos com problemas físicos, como desalinhamento de coluna, que afetaram a performance", revelou o treinador. Para Denis, a preparação vai além da força física, envolve estratégia e inteligência. "A chave é entender sua condição e saber onde você pode brigar: primeiro, segundo ou terceiro lugar."
O Secretário Nacional de Paradesporto, Fábio Araújo, elogiou a conquista de Parré, que quebrou jejum de 36 anos sem medalhas paralímpicas na categoria de cadeira de rodas. "Essa medalha é um feito histórico para o Brasil. Parré, obrigado por honrar o esporte brasileiro”. Araújo enfatizou a importância de formar novos treinadores para o paradesporto e oferecer oportunidades para mais pessoas com deficiência vivenciarem o esporte, seja no alto rendimento ou em atividades de lazer. "Nossa missão é promover o acesso ao esporte como inclusão social e promoção da vida saudável", finalizou.
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