Na última terça-feira (26), durante a partida contra o Palmeiras pelo Brasileirão, o zagueiro Bastos, um dos destaques do Botafogo no ano, precisou ser substituído aos 10 minutos do primeiro tempo por conta de um desconforto na perna. Após ser submetido a uma série de exames, o clube carioca constatou uma lesão de gravidade média no músculo posterior da coxa esquerda do atleta, o que, provavelmente, deve tirá-lo do duelo contra o Atlético-MG, na decisão da Libertadores.
De acordo com a fisioterapeuta esportiva Luanda Passos, associada à SONAFE Brasil (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física), a lesão posterior da coxa caracteriza-se por uma distensão ou ruptura das fibras musculares dos isquiotibiais, podendo variar de um grau leve (estiramento) a um problema mais grave (ruptura total). Esse tipo de contusão ocorre durante situações sem contatos, o que é classificado como um machucado indireta ou distensão. Normalmente ocorre quando a força aplicada excede a capacidade do tecido.
“As lesões por distensão dos isquiotibiais são ainda mais comuns no futebol, representando 24% de todas as contusões do futebol masculino. O tratamento envolve um plano de exercícios excêntricos progressivos direcionados aos músculos, exercícios de alongamento, corrida progressiva, além de outras intervenções que possam resultar em um retorno mais rápido e diminuir a taxa de reincidência. O tempo de retorno varia de acordo com o grau da lesão e do condicionamento físico do atleta, além de uma série de fatores”, destaca a profissional.
A ausência do zagueiro pode se tornar um problema para a equipe do técnico Artur Jorge, uma vez que Bastos é um dos destaques do Botafogo na temporada 2024. Sua parceria com o argentino Alexander Barboza tem feito sucesso durante o ano e garantindo ao Alvinegro uma efetividade defensiva.
De acordo com dados da Flashscore, plataforma que é líder global em resultados e estatísticas ao vivo, a dupla atuou lado a lado em 29 partidas nesta temporada, tendo sofrido apenas 17 gols, uma das médias mais baixas entre os 20 clubes da Série A. Enquanto Bastos atuou por 3735 minutos ao longo do ano, Barboza jogou em 3251 minutos, somando 6.986 minutos de ambos dentro de campo, em atuações que têm feito a diferença no sistema defensivo do Botafogo.
Pelo Campeonato Brasileiro, competição na qual o Alvinegro é líder, Bastos possui 32 jogos disputados, com 3 gols marcados, 26 divididas ganhas, 6 passes decisivos, 108 rebatidas, 19 bloqueios, 31 interceptações, 117 recuperações de bola, 1523 passes completos, 6 cartões amarelos e nenhuma expulsão. O atleta é, inclusive, um dos favoritos à indicação de melhor defensor do torneio.
A final da Libertadores, entre Botafogo e Atlético-MG, ocorre no sábado (30), às 17h (horário de Brasília), diretamente da Argentina, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Apesar da ausência de Bastos ser praticamente certa, o zagueiro ainda passará por uma reavaliação antes da partida.