A discussão entre grama natural e sintética segue acalorada no futebol. Enquanto dirigentes e jogadores discutem sobre o tema e as melhores condições para a prática do futebol, na atual edição da Copa São Paulo de Júnior foi um estádio com grama sintética que ajudou a Federação Paulista de Futebol (FPF) a readequar algumas equipes e salvar a competição.

Isso porque a cidade de Tietê, responsável por receber o Grupo 12, composto por Juventude, Operário-AC, Comercial de Tietê e América-RN, viu o estádio José Ferreira Alves ser interditado por causa das enchentes causadas pelo transbordamento do rio Tietê às vésperas da competição. A FPF agiu rápido e readequou a chave para Santana de Parnaíba, uma outra sede localizada a pouco mais de 100 quilômetros dali.

O novo palco, contudo, já estava prometido para times do Grupo 25 composto por Ituano, Fortaleza, São Bento e Carajás. O resultado foi uma série de partidas no estádio Prefeito Gabriel Marques da Silva, com capacidade para pouco mais de 7 mil torcedores. Mesmo assim, o campo se manteve em boa qualidade e permitiu que os jogadores pudessem competir em igualdade de condições durante todos os confrontos realizados.

Sergio Schildt, presidente da Recoma, empresa de pisos e infraestrutura esportiva  responsável por executar a instalação no gramado de Santana de Parnaíba, além de acumular mais de 2 milhões m² de grama sintética pelo país, incluindo o CT do Flamengo, explica: "O local passou por uma transformação significativa e recebeu a instalação de um gramado sintético de última geração, projetado para oferecer o máximo de conforto e desempenho para os atletas. O novo gramado, com 60mm de altura, conta com um sistema de amortecimento eficiente que ajuda a minimizar o impacto durante os jogos, proporcionando mais segurança e conforto para os jogadores".

Segundo o executivo, além do gramado, outra ferramenta implantada e fundamental para manter as boas condições do palco foi um inovador sistema de resfriamento, com canhões de arrefecimento estrategicamente instalados ao lado externo da área de jogo, em conformidade com as diretrizes da FIFA para campos de grama sintética. 

"Esse sistema é crucial para manter a temperatura do campo em níveis ideais, prevenindo o aquecimento excessivo da superfície, o que garante uma melhor performance durante as partidas, além de preservar a integridade do gramado. Com essas melhorias, o estádio se torna um espaço mais moderno, seguro e adequado para o esporte de alto rendimento, elevando a qualidade das competições e o bem-estar dos atletas", completou Schildt.

Líder do Grupo 12, com duas vitórias até aqui, o Juventude elogiou o palco. "Por se tratar de um sintético muito bom, a adaptação foi muito fácil. Não sofremos em nenhum momento em relação a dinâmica de jogo, sendo possível termos atuado da mesma maneira que jogamos em gramado natural", disse Fernando Rech, diretor executivo da base do Juventude. "Os atletas elogiaram o sintético e as acomodações do estádio e o gramado não atrapalhou em nenhum momento nossa maneira de jogar", completou.

A Copa São Paulo de Futebol Júnior 2025 começou no último dia 2 com 128 times na disputa e 32 estádios diferentes e está previsto para acabar no dia 25, no Pacaembu.